Análise: Journey (PSN/PS3)

Esta semana testei Journey , um jogo exclusivo para PlayStation 3 disponível para compra através da PSN . Um jogo atípico, com uma experiên... (por Bruna Gil em 11/04/2012, via PlayStation Blast)

playstationblast_journey9Esta semana testei Journey, um jogo exclusivo para PlayStation 3 disponível para compra através da PSN. Um jogo atípico, com uma experiência diferente e hipnotizante. Em uma narrativa sutil e com controles fáceis, Journey traz a possibilidade de atravessar o deserto para alcançar a luz. Pode parecer simples, mas a verdade é que este jogo possui um ambiente extremamente cativante e envolvente. Journey já é o jogo mais vendido da história da PSN, tanto no mercado norte-americano quanto no europeu. Continue lendo para saber o que torna este jogo tão especial.

A travessia do deserto

Em Journey, você é um viajante tentando atravessar o deserto para alcançar uma montanha brilhante. Entretanto, o jogo é muito diferente daquilo que vemos tradicionalmente - objetivos claros, missões a completar, habilidades especiais e inimigos. Nada disso. Em Journey, quem você é e o que você está em busca depende puramente da sua imaginação.

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O jogo começa no meio do deserto, e a única indicação de objetivo que se vê  é uma luz no topo de uma montanha, distante e perdida no horizonte. Não aparece nenhuma mensagem descrevendo o seu objetivo, nada de cutscenes mostrando o contexto ou o prósito da jornada. Ao apertar os botões do controle, rapidamente descobre-se que não existem muitos movimentos ou grandes combinações de golpes. Existe apenas seguir em frente, e desbravar o deserto. 

Mesmo sem um mapa ou instruções, o jogo oferece pequenos tutoriais, indicando o botão que precisa ser pressionado durante uma ação. Esta “ajuda” é tão sutil que, na maioria do tempo, você nem se dará conta que está acontecendo. O aprendizado é bastante rápido, afinal, o seu personagem só consegue andar, pular, flutuar e “falar” (explicaremos melhor a “fala” adiante). Porém, não se deixe enganar pela baixa complexidade dos controles. Journey possui uma jogabilidade fácil, mas seu gameplay não é nada simplório. Para seguir em frente, é importante desvendar alguns puzzles mecânicos, de tentativa e erro. São quebra-cabeças intuitivos, mas, no geral, a experiência de Journey é bastante fluida e contínua.

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Journey assemelha-se bastante no gameplay com Limbo, jogo lançado em 2011 para a PSN. Ambos são baseados na resolução de quebra-cabeças para que o jogador possa seguir em frente. Ambos também foram aclamados pelos gráficos e cenários excelentes. Contudo, as semelhanças entre os dois jogos terminam aí. Se Limbo é sombrio e perverso, Journey é iluminado e encantador. É impossível não ficar impressionado com a qualidade visual do jogo.

A medida que você ultrapassa alguns pontos do game, aparecem cutscenes que esclarecem (ou não) um pouco da história sendo contada. A verdade é que o significado das cenas e do jogo em si depende inteiramente da sua interpretação. Journey não perde tempo com diálogos ou grandes explicações do que você está fazendo ou para onde se precisa ir. Você pode explorar, pode seguir o fluxo, e pode interpretar os acontecimentos da forma como preferir.

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A trilha sonora de Journey não poderia ser mais adequada. Este é um game para ser jogado com as luzes apagadas e o volume alto, pois a conjugação dos cenários com a música criam um ambiente extremamente envolvente. 

Uma jornada em conjunto

Lembram que o personagem “fala”? Pois é. Ao apertar quadrado, o seu personagem emite um som indecifrável e um código único. O tom varia de acordo com a rapidez e o número de vezes que você aperta quadrado, enquanto o código é sempre o mesmo durante cada jornada. Mas por que diabos alguém iria querer falar sozinho no deserto? Uma palavra: cooperação.

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Journey reinventou o modo cooperativo, simplesmente acrescentando um companheiro de viagem no meio do seu jogo, sem avisos nem nada. Você pode estar fazendo o seu caminho em algum ponto do deserto e, de repente, aparece um personagem idêntico a você. Um só, e mais ninguém. Não é possível ver o nome do outro jogador, nem o avatar, nem nada. Você não sabe se ele pretende continuar a jornada em conjunto, se é a primeira vez que ele está jogando ou se ele está apenas explorando o deserto. De acordo com os criadores do jogo, o objetivo é exatamente este: são dois estranhos que se conhecem online, não sabem quem são ou o que querem, mas sabem que ali está um ser humano.

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A comunicação através de sons é bastante limitada, mas funciona perfeitamente. Quando você não souber o que fazer, talvez o seu companheiro de jornada sinalize o local da saída. Talvez ele até espere por você, para que seja possível continuar a jornada juntos. No caso de vocês se perderem um do outro, o jogo introduz um novo jogador no lugar do anterior, e a única forma de identificar o novo companheiro é através do código que ele emite quando fala.

Portanto, não tenha medo de ligar a opção “Multiplayer” assim que iniciar o jogo. A sua jornada não será inundada de trolls. A melhor característica do modo cooperativo de Journey é exatamente esta: você jamais será forçado a viajar com outro jogador. Tudo que o multiplayer faz é abrir as portas do seu universo para a presença de mais uma pessoa. Esta pessoa pode estar disposta a seguir em frente com você, ou pode até não saber quem você é e qual o seu propósito. De qualquer forma, Journey deixa a decisão na mão dos próprios jogadores, que optam se querem experimentar o deserto sozinhos ou em conjunto.

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Tudo o que é bom, dura pouco

A jornada é tão curta quanto é maravilhosa. O tempo de jogo é de aproximadamente duas horas. Porém, Journey é um jogo bastante objetivo - são duas horas de ação, andando pelo deserto e explorando templos, avançando em direção à luz da montanha. Não há tempo perdido com diálogos extensos ou missões que existem só para “encher tempo”. São duas horas de gráficos estonteantes, trilha sonora excelente e uma experiência verdadeiramente única.

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Prós

  • Jogo arte. Journey conta a sua história de uma forma diferente, utilizando métodos não tradicionais.
  • Ambiente visual. Os gráficos são impressionantes.
  • Multiplayer inovador. O jogo oferece a possibilidade de encontrar e viajar em conjunto com outra pessoa.
  • Valor de replay. Após completar Journey, é difícil não ficar com vontade de jogar novamente e explorar caminhos que não foram tomados da primeira vez.
  • Narrativa vaga. A história é livre e pode ser interpretada por cada jogador de forma diferente.

Contras

  • Jogo curto. Em média, completa-se o primeiro jogo em torno de duas horas.
  • Preço alto. São $14.99 na PSN americana, valor que alguns podem considerar elevado para um jogo com duas horas de conteúdo.
  • Sem alegorias tradicionais. Pode ser um contra para alguns, mas Journey não conta com inimigos, power-ups e habilidades especiais.

Journey – PSN – Nota final: 9.0
Gráficos: 10 | Som: 10 | Jogabilidade: 8.5 | Diversão: 9.0

Revisão: Leandro Freire


Escreve para o PlayStation Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original do mesmo.

Comentários

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  1. kkkk,," sem alegorias tradicionais "... Termo bem literário pra uma análise de jogo =)

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