Soul Reaver é um dos 5 jogos da franquia Legacy of Kain, sendo o segundo após o primeiro título, Blood Omen: Legacy of Kain e antes de Legacy of Kain: Soul Reaver 2. Produzido pela Crystal Dinamics e publicado pela EIDOS Interactive, este segue após 1500 anos os acontecimentos de Blood Omen e trata melhor a relação de Kain e Raziel e o quanto um ama o outro. Ou não. O game foi lançado em 16 de agosto de 1999 e, entre as mais diversas influências, incluindo o próprio Blood Omen, Soul Reaver também foi inspirado pelo épico poema “O Paraíso Perdido”, de John Milton. Leia agora mais sobre o incrível ceifador de almas e relembre um pouco mais desta obra-prima gótico-vampiresca.
Problemas familiares geram asas quebradas e ausência de mandíbula
A história inicia-se com Raziel se pondo diante de seu irmão Kain, o qual em um ataque de inveja por ver que seu irmão agora possuíra asas, a despedaça, quebrando seus ossos e lançando-o, em seguida, no Lago dos Mortos. Aparentemente morto, Raziel é ressucitado pelo deus ancião em forma de um espectro com o objetivo de matar seu próprio irmão. Percebemos agora que nem o deus de Nosgoth simpatizava com o feioso. Bem, ele quebrou as asas de seu irmão sem nenhum motivo aparente. Isso deve ser motivo mais que suficiente para despertar a ira de um deus. Agora, parecendo um mendigo anoréxico, Raziel deve voltar a Nosgoth e por em prática sua vingança. Mas, antes que isso seja possível, ele deve encontrar todos seus irmãos, matar cada um deles, sugar suas almas, adquirir a Soul Reaver para, então, mostrar a Kain, quem manda no pedaço.
Por mil calopsitas! Alguém urgentemente precisa contactar uma assistente social ou isto tomará proporções goliescas.
Controlando o “Pacman” das almas
Por se tratar de um jogo em terceira pessoa, estilo Tomb Raider, no qual você explora lugares e resolve puzzles, em alguns momentos durante a jogatina, você começará a achar a parede de sua casa mais interessante do que o próprio jogo. Tudo devido uma boa parte de tédio que Soul Reaver pode proporcionar. Vagar entre os planos em meio uma solidão terrível fará você repensar se matar seus inimigos foi mesmo uma escolha sábia. Sim, eles xingavam sua mãe (na língua deles, claro) mas, pelo menos, serviam de companhia durante sua simplória aventura atrás de vingança. Fora isso, você tem muita interatividade e excelentes movimentos, como soco e agarrões, até finalizações por armas, como lanças e machados. Você poderá arremessar seus inimigos em uma tocha com chamas, lançá-los nos rios… ok! Isso traria lembranças ruins, mas é possível.
Visual Gótico-Vampiresco Não-Crepúsculano
Para quem gosta de qualidade gráfica, eis o jogo certo. Gráficos de alta qualidade, inúmeras texturas, luzes e transparência fluem com harmonia em uma dança perfeita com seu PlayStation. E, tudo fica ainda melhor na dimensão alternativa do jogo. Todos os elementos se distorcem em tempo real e o cenário fica ainda mais medonho e sinistro que nosso amigo vampiro sem mandíbula. Efeitos de chamas, como a da própria Soul Reaver, os poderes disparados por Raziel e até mesmo a água encheram de lágrimas aqueles que procuravam por um game mais elaborado e com um cuidado maior no visual. Outro ponto positivo são os chefes do jogo. Eles costumam ser enormes e complexos como os próprios cenários. A cena de abertura é totalmente em FMV (Full-Motion Video) e mostra o diálogo conflituoso dos irmãos.
Abaixo, detalhes e a arquitetura (entre elas, a gótica) que receberam uma atenção especial durante a criação.
Vivo ou morto, o som detona!
Soul Reaver possui uma das melhores trilhas sonoras do PlayStation. Parece exagero? Mas não é. Nada menos que Kurt Harland para tomar conta da parte sonora. “Mas quem raios é este?” Você me pergunta. Bem, Harland já tem uma longa experiência como compositor. Trabalhou em jogos como X-Men: Clone Wars, The Godfather e Gex, e outros mais de gerações passadas. Então, devemos lhe dar crédito. Para compor as músicas de fundo, foi preciso a ajuda de designers musicais e, com todo esforço em equipe, o produto final ficou soberbo.
E por falar em som, chegamos à dublagem dos personagens. Aqui, a preocupação e a perfeição foi tanta que a sensação é estar diante de alguma produção hollywoodiana. E não é para menos, todas as falas do jogo são marcantes e com interpretações que transmitem bem a emoção de tão convincentes que são. Michael Bell deu voz a Raziel, Tony Jay agora dá voz ao deus ancião e Simon Templeman continua a interpretar Kain.
Acompanhe agora a incrível música “Necropolis”. Existe uma versão diferenciada da mesma faixa quando você está em combate. É simplesmente incrível.
Afinal, compensa ser um ceifador de almas?
Se o jogo é divertido? Sim, é. Para quem gosta de um jogo de aventura em que é necessário mais do que apenas algumas mortes e poderes do além, Legacy of Kain: Soul Reaver, é um desafio grande e longo para jogadores mais exigentes. O jogo peca em seus momentos de solidão exacerbada e tédio profundo, porém, você não tem muitos amigos no jogo. Procure se acostumar. Fora isso, a história é intrigante o suficiente para lhe prender por dias a fio.
Se você já está cansado de histórias bobas de vampiros que brilham no sol e usam batom, este parece ser a melhor opção para verdadeiro apreciador de histórias vampirescas. Jogue novamente até criar calos nos dedos da mão!
Revisão: Alberto Canen
Pra mim, foi disparado um dos melhores jogos do PS, dediquei muuuitas horas a ele. Ótima pedida de matéria!
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