Toda a adaptação de um super-herói para os videogames é acompanhada de uma certa descrença por parte de todos. Não é para menos, se os mocinhos fazem muito sucesso em outros campos, como em desenhos animados e histórias em quadrinhos, o mesmo não pode ser dito em relação aos games. Porém, Batman: Arkham Asylum chegou para mudar essa história, tanto que o jogo já entrou para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, como o “jogo de super-herói mais aclamado da história”. Nada mal para a Rocksteady Studios, desenvolvedora do game. As distribuidoras do jogo: Eidos Interactive, Warner Bros. Interactive Entertainment, DC Entertainment e Square Enix (no Japão) também não tem do que reclamar, pois o jogo com pouco mais de um mês já havia vendido mais de 2 milhões de cópias. E o game merece. Vale a pena conferir os motivos.
O roteiro do game é uma adaptação da graphic novel (uma espécie de livro em quadrinhos) homônima Batman: Arkham Asylum. Mas é apenas baseado na história, tomando outro curso, e não segue os acontecimentos da excelente revista, que é assinada por Grant Morrison e Dave McKean.
O jogo já começa com Batman entregando o Coringa ao Asilo Arkham, após capturar o bandido. Contudo, o Homem-Morcego está muito desconfiado, pois o “palhaço” criminoso claramente facilitou nessa prisão; praticamente se entregou. Claro que o “Morcegão” iria acompanhar de perto até que o seu arqui-inimigo estivesse “bem acomodado” em sua devida cela.
Como era de se esperar, o Coringa tinha armado mais uma armadilha e escapa, com a ajuda da Arlequina, para dentro do asilo, assumindo controle do local e dos perigosos detentos que ali estão encarcerados. Na verdade, ele tem um plano para destruir a cidade e, naturalmente, o vigilante noturno, Batman. Não precisa nem dizer que vamos ter que adentrar esse covil dos mais perigosos bandidos para acabar com os planos do Coringa.
O responsável pela empolgante história é Paul Dini que, para quem não sabe, trata-se de um dos maiores roteiristas das histórias em quadrinhos, vencedor de 5 Emmys, tendo feito diversas obras conhecidas da DC Comics, e também é produtor de diversos desenhos animados da própria DC, como Batman: The Animated Series e Batman Beyond.
Além do roteiro
Nem só de um bom roteiro se faz um bom jogo, também é necessário caprichar na jogabilidade, no visual, no som e fazer isso tudo encaixar adequadamente. Esse jogo do Batman não deixou a desejar em qualquer um dos quesitos citados. É realmente o melhor jogo de super-heróis até o momento e, ainda mais, é o melhor game do próprio Homem-Morcego.
Os gráficos, apesar de conterem pequenos serrilhados, foram feitos com muito capricho aos detalhes, mesmo quando o Batman é atingido, em certo momento do jogo, mostra na indumentária do herói a marca do golpe, com pequeno rasgo. A movimentação e mecânica de lutas ficaram bem realísticas, e o jogador tem mesmo a impressão que está na pele do sombrio herói mascarado, o que só ajuda na imersão no game.
O visual sombrio e escuro dá um clima perfeito para a trama, afinal o jogo não se passa num parque e também não estamos ali para passear, mas sim para acabar com os planos do Coringa e arrebentar muitos de seus capangas e famosos inimigos de alta periculosidade, tais como Bane, Espantalho, Hera Venenosa e o Crocodilo.
Dublagens de desenho animado
O jogo contra com dubladores de peso do próprio desenho animado, como Kevin Conroy, que empresta a sua voz ao Batman desde de 1992. Além do jogo, ele também faz a voz do personagem em Batman: The Animated Series, Batman do Futuro, Liga da Justiça e todos os longas do Homem-Morcego.
E o Coringa é interprestado pelo conhecido ator americano Mark Richard Hamill, que é o intérprete do personagem Luke Skywalker na trilogia original da série de cinema Star Wars. Hamill já havia emprestado a sua voz ao vilão no período de 1992 a 2004, no desenho Batman: The Animated Series. Ele foi, certamente, uma ótima aquisição para Batman: Arkham Asylum, pois o Coringa aparece mais insano do que nunca e vale muito a pena parar para escutar as falas dele e dos demais personagens. Esperamos que o mesmo volte para a aguardada sequência: Batman: Arkham City.
Além das dublagens perfeitas, o jogo ainda conta com sons ambientes muito bem trabalhados que mantém o clima perfeito e a tensão no ar o tempo inteiro. O jogador se sente, realmente, num lugar inóspito.
Pow! Chash! Whamm!!
Os controles são bem fáceis de lidar e os golpes saem bem naturais. A forma como o personagem desfere as porradas para cima dos inimigos é, também, muito plástica e bonita de se ver, e nem foi necessário se valer dos “grandes efeitos sonoros de outrora”. Mas essa facilidade pode deixar o jogador relaxado, o que não é interessante, pois conforme se avança no jogo as dificuldades aumentam, como com a introdução de armas de fogo aos bandidos, que podem matar o seu personagem, pois a armadura usada não é completamente imune a balas – lembre-se que é um jogo do Batman, não do Superman. Além do mais, aplicando melhores combos e golpes mais certeiros, o personagem também recebe mais experiência, que serve para garantir upgrades de equipamentos.
Mesmo com várias oportunidades de arrebentar malfeitores com os punhos, golpes especiais e bat-rangues, não se trata de um beat’em up, então não se deve esperar que seja simples porrada o tempo todo. O Batman tem um estilo bem mais furtivo, e opera silenciosamente de forma stealth, muitas vezes chegando por trás dos inimigos, abatendo um por um. Para isso, o herói deve fazer bom uso do ambiente, subindo em gárgulas e outras partes do cenário para, além de ter uma visão melhor, passar despercebido e atacar no momento certo. E ainda existe, para facilitar, e muito, o Detective Mode (Modo Detetive), que permite ao herói saber a localização dos inimigos, se estão usando armas e quais, além de encontrar locais estratégicos para se posicionar ainda melhor e agir.
Batman – O maior detetive do mundo em ação
Não é sobre a revista de mesmo nome que se trata esse tópico. Mas sim das habilidades de CSI do Batman no jogo. Graças ao Detective Mode, o Batman pode explorar de forma minuciosa o ambiente, descobrir passagens, como tubos de ar, mas também descobrir pistas importantes para desvendar as tarefas que vão aparecendo pelo caminho. Um bom exemplo, é quando o herói deve encontrar o comissário Gordon, fazendo uso de um cachimbo seu largado pelo caminho. Após uma breve análise, o Cavaleiro das Trevas é capaz de seguir o aroma da fumaça até o seu dono.
De vez em quando o Charada solta um desafio ao ouvido do Morcegão, que deve desvendá-la e passar o scan nela. São 240 desafios no total, e que dão uma vida mais longa ao jogo, até funciona como fator replay, pois o jogador irá querer descobrir cada uma dessas charadas, mesmo depois de ter zerado o jogo.
Jogo do ano
Na versão Game of The Year Edition (GOTY), alguns mapas foram acrescentados ao Challenge Mode, o que é muito interessante para o fator replay. Mas o que mais chama a atenção, é a possibilidade de jogar com visão em “3D”, mesmo sem ter uma televisão com essa funcionalidade. A versão do jogo vem até com um óculos para filtrar as imagens. Claro que não é obrigatório usar essa “nova tecnologia”, e nem mesmo é recomendado, pois de 3D não tem muita coisa e ainda tem que ver o jogo naquelas duas cores: vermelho e verde (não é o azul).
Quem está sorrindo agora?
Os donos de PlayStation 3 receberam um extra exclusivo e gratuito, via download na PSN: jogar na pele do Coringa, utilizando o Challenge Modes. Primeiro é necessário terminar o jogo normalmente, para poder encarar essa nova aventura. Mas são apenas alguns desafios, não é como se fosse jogar a partida pela visão do adversário, o que não seria nada mal. De qualquer forma, é mais uma adição que aumenta o fator replay, já tão citado.
Prós
- Dublagem: conta com a participação de dubladores dos desenhos animados e do próprio
Luke SkywalkerMark Richard Hamill. - Visual: muito caprichado e sombrio, como deve ser.
- Jogabilidade: mecânica de golpes fácil e plasticamente bonitos.
- Fator replay: várias charadas para desvendar e extras exclusivos.
Contras
- Gráficos: pequeno serrilhados na versão para PS3.
Batman: Arkham Asylum – PlayStation 3 – Nota Final: 9.0
Gráficos: 8.5 | Som: 9.5 | Jogabilidade: 9.0 | Diversão: 9.0
uma dos jogos que me fizeram escolher o ps3 ao wii...
ResponderExcluirÓtima análise @Alberto Canen !
ResponderExcluirO jogo é muito bom, mas o que mais gostei foi da reformulação estética de vários personagens, quase todos ficaram melhores. A unica ressalva que faria é do Croc que nessa versão é gigante, achei meio exagerado.
@Fabiano Matos: obrigado :D. E ficaram bem reformulados mesmo. O Croc ficou medonho hehe. Abraços!
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